sexta-feira, julho 16, 2004

Já não se confia em ninguém

Este chavão parece estar já há muito batido, mas ontem deparei-me com um situação que me deixou boquiaberto e que não pode passar ao lado deste pasquim.
Não sei se a população alfacinha deu por conta que uma das mais antigas e bonitas tradições da capital, foi totalmente aglutinada pela ganância desenfreada do capitalismo (será que isto também foi obra do Tio Santana?).
Ontem, quis então o destino que eu me tivesse de deslocar através do metropolitano (transporte que não utilizava desde as longínquas primaveras de escola), embora receoso e nervoso pelo reencontro com uma paixão antiga, peguei nos meus phones, fechei bem a mala (pois anda para aí muita gatunagem) e avancei sem medos.
Não tinha dinheiro, mas também não me preocupei, afinal aquilo era o velho e bom metro, pois sempre bastou estar bem junto à porta e olho bem aberto para vislumbrar o mais ténue sinal de revisor nas estações seguintes.
FALSO, meus caros amigos, agora existem umas barreiras de acrílico com cerca de 1,80 m de altura que só abrem com a passagem de um bilhete válido, tanto para a entrada como para a saída.
Fiquei furioso, gritei, esperneei, pulei, indignado com esta falta de confiança no civismo alfacinha.
Esta minha raiva foi rapidamente sanada com a chegada da autoridade ao local, que muito civilizadamente e com apenas 3 bastonadas me chamou à razão.
Mais calmo e recomposto, avancei confiante (pela defesa da moralidade e dos bons costumes) … saltei por cima da barreira de acrílico, parti um braço e rasguei umas calças de marca. Agora quero saber quem é que se responsabiliza por isto?

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