sexta-feira, agosto 06, 2004

CHINQUILHO EM AMARANTE

Com o sucesso de Bowling for Columbine e Fahrenheit 9/11 aparecem cada vez mais nas salas de cinema, documentários que mostram o lado mais cru e cruel da realidade.
Michael Moore, o famoso cineasta americano, reabriu as portas para o ressurgimento do cinema como forma de luta e em Portugal um cineasta, ainda desconhecido, José da Silva Borges segue o seu exemplo, apresentando a sua mais recente e polémica fita sobre o assassinato de várias prostitutas na localidade de Amarante.
Nas palavras do autor, “O filme é a génese de três anos de trabalho e tenta mostrar de forma clara a realidade da prostituição em Portugal e as estreitas relações entre o Aloé Vera e a Máfia Russa”.
Chinquilho em Amarante, título que surge do facto de os incendiários terem estado toda a tarde no Café KateKero a jogar o supra mencionado Chinquilho antes de inundarem o Diamante Negro de gasolina e atearem fogo ao mesmo, matando desta forma todo o imobilizado do Sr. Rocha (proprietário do Diamante Negro), é uma salada de fruta de imagens montadas de forma magistral que nos afastam da vida cosmopolita de Lisboa e que nos transporta até ao fundo do mundo da prostituição nacional. O filme todo feito em Portugal é uma co-produção com o estado brasileiro que gentilmente cedeu todas as prostitutas através do programa de emigração ilegal estabelecido entre os dois países.
Depois do sucesso do seu primeiro filme, José da Silva Borges já conseguiu financiamento para mais dois documentários: Kapital 24:25 (sobre a eleição e vida privada do actual primeiro ministro Português) e Tudo Bons Rapazes (um remake do conhecido filme mas agora baseado na biografia da família Valentim Loureiro com marcantes testemunhos de Vale e Azevedo, Pinto da Costa e Sr. Rocha).

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