Hoje, a caminho do emprego (trabalho não, cruzes credo!), deparei-me com uma enorme fila de trânsito no Eixo Norte-Sul. Achei estranho... não é normal àquela hora... com a calma que me é característica nestas circunstâncias, esperneei um bocado, bati com os braços no volante, gritei. Quando já tinha os braços doridos e as cordas vocais em brasa, recostei-me no meu confortável banco e esperei tranquilamente a chegada à fonte do problema. Foi então que tive uma epifania.
Uma das principais causas dos engarrafamentos em Lisboa é a incontrolável necessidade do Português de fazer orçamentos (tal como vemos nas discussões na Assembleia da República). É aquela força que impele o Português a, quando vê um acidente na estrada, abrandar para 10 Km/H e dizer coisas como: "Eh, pá... Isto é coisa para custar uns 200 contos" ou, para os mais modernos, "Eh, pá... Isto é coisa para custar uns 1000 euros".
No fundo, em cada Português, há um orçamentista em potência.
terça-feira, outubro 19, 2004
sexta-feira, outubro 15, 2004
a verdadeira essência do contraditório
A saída do prof. Marcelo deixa um vazio no espaço dominical televisivo e tudo devido a uma alegada ausência de contraditório no formato do programa.
Analisando o discurso à nação de Pedro Santana Lopes percebemos que o direito ao contraditório não é apenas uma ferramenta indispensável para a livre opinião, mas sobretudo, uma necessidade para governar Portugal.
Afinal, sem o contraditório, como seria possível baixar impostos e aumentar a receita pública; aumentar salários da função pública e baixar a respectiva despesa; reduzir o défice externo e aumentar o crescimento económico do país?
VIVA O CONTRADITÓRIO !
Analisando o discurso à nação de Pedro Santana Lopes percebemos que o direito ao contraditório não é apenas uma ferramenta indispensável para a livre opinião, mas sobretudo, uma necessidade para governar Portugal.
Afinal, sem o contraditório, como seria possível baixar impostos e aumentar a receita pública; aumentar salários da função pública e baixar a respectiva despesa; reduzir o défice externo e aumentar o crescimento económico do país?
VIVA O CONTRADITÓRIO !
quinta-feira, outubro 14, 2004
Ferrari F1 à velocidade de pontífice
Embora este seja um espaço de opinião, penso que a notícia que se segue dispensa qualquer comentário pelo que passo meramente a citar:
A Ferrari vai associar-se à comemoração dos 26 anos de pontificado do papa João Paulo II, tendo preparado um verdadeiro monolugar F1 exclusivo para lhe ser oferecido no próximo dia 26 de Outubro.
Ao saber da notícia, o papa terá comentado, no seu jeito trémulo e apreensivo:
"Um ferrari? Desde que não seja vermelho, por mim... tudo bem..."
A Ferrari vai associar-se à comemoração dos 26 anos de pontificado do papa João Paulo II, tendo preparado um verdadeiro monolugar F1 exclusivo para lhe ser oferecido no próximo dia 26 de Outubro.
Ao saber da notícia, o papa terá comentado, no seu jeito trémulo e apreensivo:
"Um ferrari? Desde que não seja vermelho, por mim... tudo bem..."
quarta-feira, outubro 13, 2004
FOLHETOS
No último fim-de-semana, como todos os homens que tem uma relação estável com alguém, lá tive de ir ver a Expocasa. Farto de ver móveis e acessórios dei por mim a observar cuidadosamente a fauna que por lá circulava. Nisto, um simples facto captou toda a minha atenção – “os distribuidores de folhetos”. Todos eles, sem excepção têm aquele ar triste e envergonhado de quem foi enganado com aquela brincadeira do “segura aí! para eu apertar os sapatos” e que depois ficou com um monte de folhetos na mão enquanto o outro já deu de “frosques”. Agora o “distribuidor de folhetos” olha incessantemente à sua volta e tenta passar o “testemunho” a outro amigo ou conhecido que por ali esteja, tentando aplicar o mesmo truque. Mas o grande problema dá-se quando eles não estão por perto ou então já conhecem o velhinho truque. Aí a única solução é ir enganando os incógnitos transeuntes partilhando o fardo com os restantes. Só assim é que explica aquele semblante carregado e o olhar de cachorro abandonado e o facto de invariavelmente darem nos sempre 3 ou 4 folhetos iguais de cada vez (de forma a diminuir mais rapidamente o monte, sem dar muito nas vistas). Pois todos eles percebem, que todos os demais já sabem que eles foram enganados.
A um "sorriso" de distância da Luz
Estou muito satisfeito com a última campanha de publicidade da EDP, pois durante anos estive indeciso sobre qual companhia de electricidade optar como fornecedor privilegiado, pois o mercado pouco esclarecia os consumidores. Mas depois de ver fotografias de pessoas extremamente felizes por terem optado pela EDP, tomei coragem e, mais com o coração do que com a razão, me decidi a colocar energia eléctrica na minha maison, para ver se conseguia também ser contagiado por todos aqueles “sorrisos”.
Contudo, não posso de deixar de sentir algum pesar pelos produtores de geradores a óleo e distribuidores de “Camping Gás” que sofreram um rude golpe na sua facturação com esta inesperada campanha hostil de utilização da electricidade.
Contudo, não posso de deixar de sentir algum pesar pelos produtores de geradores a óleo e distribuidores de “Camping Gás” que sofreram um rude golpe na sua facturação com esta inesperada campanha hostil de utilização da electricidade.
Assim não jogo
Muito se disse sobre o fatídico empate da nossa selecção com a equipa do litchenstein.
Humilhante, escandaloso, vergonhoso e inconcebível foram alguns dos predicados arremessados impiedosamente aos 11 tugas que não conseguiram levar de vencida uma selecção de um país que se atravessa em menos de duas horas com paragem para o café.
Porém, arrefecidos os ânimos, o resultado parece-me cada vez mais aceitável. Afinal, a Selecção do Litchenstein é composta na sua quase totalidade por amadores. E como amadores que são, não percebem nada de futebol. Não tiveram o profissionalismo de se amedrontarem no embate contra os vice-campeões europeus. Não souberam respeitar a grandeza da selecção lusa. Ignoraram as estatísticas que os declaram eternos derrotados. Como amadores que são, foram para o campo simplesmente, jogar à bola... e assim não dá.
Humilhante, escandaloso, vergonhoso e inconcebível foram alguns dos predicados arremessados impiedosamente aos 11 tugas que não conseguiram levar de vencida uma selecção de um país que se atravessa em menos de duas horas com paragem para o café.
Porém, arrefecidos os ânimos, o resultado parece-me cada vez mais aceitável. Afinal, a Selecção do Litchenstein é composta na sua quase totalidade por amadores. E como amadores que são, não percebem nada de futebol. Não tiveram o profissionalismo de se amedrontarem no embate contra os vice-campeões europeus. Não souberam respeitar a grandeza da selecção lusa. Ignoraram as estatísticas que os declaram eternos derrotados. Como amadores que são, foram para o campo simplesmente, jogar à bola... e assim não dá.
terça-feira, outubro 12, 2004
Primeira excitação
«Hoje sei que há uma diferença abissal entre consumir cultura e ser-se culto. De nada vale frequentar salas de cinema com o discernimento de uma claque de futebol.»
João Miguel Tavares
Podemos aplicar o mesmo ao nosso primeiro-ministro, que fez ontem mais uma brilhante intervenção!!!
Hoje sei que há uma diferença abissal entre ser primeiro-ministro e governar. De nada vale frequentar circuitos de poder com o discernimento de um homem da noite
João Fonseca
P.S: Fica então inaugurada a secção de participações exteriores a este pasquim. Os meus sinceros parabéns ao João Fonseca.
João Miguel Tavares
Podemos aplicar o mesmo ao nosso primeiro-ministro, que fez ontem mais uma brilhante intervenção!!!
Hoje sei que há uma diferença abissal entre ser primeiro-ministro e governar. De nada vale frequentar circuitos de poder com o discernimento de um homem da noite
João Fonseca
P.S: Fica então inaugurada a secção de participações exteriores a este pasquim. Os meus sinceros parabéns ao João Fonseca.
segunda-feira, outubro 11, 2004
AINDA OS AVIÕES …
Andar de avião é sempre um acontecimento, a longa espera, a ansiedade de levantar voo, a tranquilidade após a aterragem. Com base nesta salada de frutas de sentimentos, sempre acreditei que, como o Homem não foi feito para voar, o simples facto de voltar a colocar os “pés em chão firme” era motivo mais que suficiente para rejubilar, saltar, gritar de alegria ou até bater palmas. Durante anos era essa a minha doutrina face ao estranho facto de alguns passageiros insistirem em bater palmas ao aterrarem.
Hoje sei que vivi no engano, afinal aquilo não é mais do que uma manifestação de apreço pelo piloto por ter aterrado. Ora isso levanta várias questões:
Será que as pessoas quando compram o bilhete não estão à espera de aterrar?
Será que essa não é a função do piloto (visto que o restante tempo é o piloto automático que faz todo o trabalho)?
Porque não bater as palmas às simpáticas hospedeiras quando trazem o delicioso repasto?
Não sei se estou a ser bastante mesquinho ou exigente, mas eu recuso-me a aplaudir, afinal aquele é o seu trabalho e quando comprei o bilhete quero acreditar que o serviço de aterrar já estava incluído no pacote.
Eu irei começar a aplaudir as aterragens apenas quando também me aplaudirem no meu trabalho:
- “Atenção pessoal, acabei de enviar um e-mail com as últimas projecções de vendas. Venham daí essas palmas?”
Hoje sei que vivi no engano, afinal aquilo não é mais do que uma manifestação de apreço pelo piloto por ter aterrado. Ora isso levanta várias questões:
Será que as pessoas quando compram o bilhete não estão à espera de aterrar?
Será que essa não é a função do piloto (visto que o restante tempo é o piloto automático que faz todo o trabalho)?
Porque não bater as palmas às simpáticas hospedeiras quando trazem o delicioso repasto?
Não sei se estou a ser bastante mesquinho ou exigente, mas eu recuso-me a aplaudir, afinal aquele é o seu trabalho e quando comprei o bilhete quero acreditar que o serviço de aterrar já estava incluído no pacote.
Eu irei começar a aplaudir as aterragens apenas quando também me aplaudirem no meu trabalho:
- “Atenção pessoal, acabei de enviar um e-mail com as últimas projecções de vendas. Venham daí essas palmas?”
sexta-feira, outubro 08, 2004
E não é que a mala explodiu!
Que o mundo não é um lugar seguro já todos o sabíamos mas nem todos os leitores deste pasquim viveram uma situação de perigo eminente. Não quero com isto me armar num herói que não sou, mas posso dizer que no último domingo, vi a luz.
Ora vamos lá contextualizar esta afirmação. Devido a motivos profissionais tive de ausentar para o estrangeiro e para tal utilizei o transporte mais seguro do mundo – o avião. A viagem foi perfeitamente standard, desde o café que mais parece água de lavar pés até ao jogo “Descobre lá que cena é essa que estás a comer”, contudo no acto de levantar a pouca bagagem que levava comigo eu (e todos os passageiros que entretanto chegaram) fui barrado por uma densa barreira policial. Ninguém podia avançar nem mais um passo, por razões de segurança (afirmavam de forma firme e autoritária), pois existia uma mala suspeita, supostamente com explosivos.
Contrariamente ao que seria de esperar todos os passageiros se apresentavam bastante calmos (afinal a ideia de uma hipotética bomba era sempre melhor do que regressar para o avião e ter de comer aqueles croquetes), enquanto alguns aproveitavam para manter a conversa em dia ou aproveitavam para fumar o tão ansiado cigarrinho (coisa esperta para se fazer quando estamos presentes uma ameaça de bomba – lume).
Passados uns largos minutos os altifalantes alertaram para todas as pessoas presentes no aeroporto taparem os seus ouvidos visto que, dentro de sensivelmente 3 minutos iriam proceder à explosão da malfadada mala.
A minha questão é simples … se existe uma hipótese real de aquela bagagem ter no seu interior uma bomba, será que a coisa mais inteligente a se fazer é rebentar com ela???? Será que a melhor forma de resolver esta questão é colocar mais explosivos para aniquilar uma possível bomba? Se calhar o princípio matemático de que, menos com menos dá mais, também se aplica ao terrorismo.
Até já estou a imaginar a conversa entre os polícias:
- Oh Zé, tem cuidado que parece que aquela mala pode rebentar a qualquer momento, pois parece que tem lá dentro uma bomba.
- Tem calma Joaquim. Por sorte eu tenho aqui 1,2 kg de dinamite e rebento com aquilo.
Ora vamos lá contextualizar esta afirmação. Devido a motivos profissionais tive de ausentar para o estrangeiro e para tal utilizei o transporte mais seguro do mundo – o avião. A viagem foi perfeitamente standard, desde o café que mais parece água de lavar pés até ao jogo “Descobre lá que cena é essa que estás a comer”, contudo no acto de levantar a pouca bagagem que levava comigo eu (e todos os passageiros que entretanto chegaram) fui barrado por uma densa barreira policial. Ninguém podia avançar nem mais um passo, por razões de segurança (afirmavam de forma firme e autoritária), pois existia uma mala suspeita, supostamente com explosivos.
Contrariamente ao que seria de esperar todos os passageiros se apresentavam bastante calmos (afinal a ideia de uma hipotética bomba era sempre melhor do que regressar para o avião e ter de comer aqueles croquetes), enquanto alguns aproveitavam para manter a conversa em dia ou aproveitavam para fumar o tão ansiado cigarrinho (coisa esperta para se fazer quando estamos presentes uma ameaça de bomba – lume).
Passados uns largos minutos os altifalantes alertaram para todas as pessoas presentes no aeroporto taparem os seus ouvidos visto que, dentro de sensivelmente 3 minutos iriam proceder à explosão da malfadada mala.
A minha questão é simples … se existe uma hipótese real de aquela bagagem ter no seu interior uma bomba, será que a coisa mais inteligente a se fazer é rebentar com ela???? Será que a melhor forma de resolver esta questão é colocar mais explosivos para aniquilar uma possível bomba? Se calhar o princípio matemático de que, menos com menos dá mais, também se aplica ao terrorismo.
Até já estou a imaginar a conversa entre os polícias:
- Oh Zé, tem cuidado que parece que aquela mala pode rebentar a qualquer momento, pois parece que tem lá dentro uma bomba.
- Tem calma Joaquim. Por sorte eu tenho aqui 1,2 kg de dinamite e rebento com aquilo.
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